sábado, 9 de fevereiro de 2013

O Oitavo Pecado em nome de uma paixão


O
OITAVO
PECADO
em nome de uma paixão
            A forma poética me conquistou, a descrição do relacionamento de Henaph com o Criador me remeteu a minha criação, fiquei me imaginando no ventre do Pai, em momentos de cumplicidade com Ele, fiquei em estado de delírio. 
            O livro perde aos poucos sua forma poética para que a história se desenrole, o talento da escritora Adriana Vargas garante uma passagem tranquila e sem traumas.
            Henaph a personagem central é um anjo, não gosto destes seres criados perfeitos enquanto eu tenho que me esforçar para evoluir, mas Henaph tem algo diferente e cativante, Adriana Vargas criou um anjo com defeitos um anjo propenso a pecar, ai que delicia, alguém criado adulto sem ter passado por uma infância e adolescência, enfim Henaph é apenas inocência e instinto.
            A história se desenrola a partir das tendências de Henaph, que já ficam bem claras quando ela está no ventre de Deus, depois ela se apaixona por Hermes, o deus que é seu protetor e tudo parece perder o sentido, negligenciando sua missão Henaph cai em desgraça é expulsa do Jardim Éden.
             Hermes tenta mantê-la sob sua proteção apesar de não poder ficar com ela. Em Creta ela conhece Minos, ele é o sucessor ao reino, acontece uma atração imediata entre os dois, mas Henaph permanece firme em sua obcessão pelo deus Hermes, tudo caminha para um entendimento entre o Anjo e Minos quando o rei de Creta morre e Minos tem que assumir o reino e uma esposa que não ama: Pasífae.
            Minos é bonito e bom caráter, por isto mesmo me desagradou quando ele sem pensar no nas consequências que recairiam sobre Pasífae resolve burlar a ordens do deus Poseidon, enfim se os anjos podem ter defeitos Minos também pode.
            Quando tudo parece se complicar Henaph começa a descobrir a verdade sobre seus sentimentos.
            É perceptível a pesquisa detalhada que a autora realizou sobre os deuses do Olimpo e a cidade de Creta, incluindo suas lendas.
            O final é surpreendente e nos faz raciocinar sobre o auto conhecimento a força dos sentimentos, as ilusões que criamos e o quanto somos negligentes.
             Henaph tem como atenuante o fato de ser criada adulta sem ter passado pela infância e pela adolescência. E nós? Qual é a nossa desculpa para cometermos O OITAVO PECADO.